Entre notas de bateria e sons de guitarras molengos, eu sinto uma vontade de exterminar tudo o que faz mal. Them Crooked Vultures é uma super banda formada pro Joshua Homme do Queens Stone, Dave Grohl do Foo Fighters e o antológico e dinossauro baixista do Led Zeppelin John Paul Jones.Antes de adentrar no assunto Them Crooked Crooked, gostaria de tecer mais palavras sobre Joshua Homme,guitarrista e vocalista da banda Queens Of Stone Age. A primeira vez que dei atenção para suas composições e riffs mágicos foi no segundo disco do Stone Age “Songs for the deaf.Talvez tenha me interessado de cara na banda pela participação especial de Dave Grohl no disco, mas depois de ouvir atentamente o álbum, virei fã de Joshua.Ele é o tipo de guitarrista que não sufoca seu ouvido com solos incansáveis e tediosos. Seus riffs psicodélicos hipnóticos simplesmente fundem o rock clássico setentista com um pitada do peso do grunge se aproximando no que podemos definir de Stoner rock(rock chapado), que é caracterizado por riffs lentos e lisérgicos. Josua nasceu em Palm Springs, California, e quando ainda era guitarrista e fundador do Kayus( sua primeira banda), foi chamado de Kurt Cobain do deserto, por escrever letras com tom obscuro tendo composições influenciadas no doom metal. Sua personalidade é talvez um pouco intrigante, acreditem ou não , ele quase matou um fã em um show logo após de ter sido atingido por um sapato. Agora voltando ao assunto da vez que é o Them Crooked Vultures, queria dizer que ao ouvir o disco umas cinco vezes no mínimo, considerei o melhor disco de rock dos últimos 10 anos.Esse tipo de projeto despretencioso é que dá certo e passa uma verdade muita mais nua.Como disse Joshua em uma entrevista: “Nunca pensamos ‘como o disco vai soar?’. Nós só criamos as músicas. Foi um processo orgânico. Nada nele é manufaturado”. Achei esse comentário fantástico, que mostra a total naturalidade com que o disco foi produzido. Sem dúvida a presença de Dave Grohl enriquece ainda mais as canções e já na primeira paulada do disco “No one loves me end neither do I”, introduz sua bateria matadora com um groove seco e direto.Dou destaque também pra “New Fang”, a terceira canção do disco, que tem um leve cheiro de hit,e super empolgante.Dá vontade de sair tomar todas e destruir vidraça de casa antiga."Mind Eraser" a segunda do disco abre com um dos riffs matadores de Joshua, com a melodia entrando tortuosa seguida de um refrão pegajoso pra cantar no banheiro.Não vou aqui estender meus comentários música a música, porque acho isso um tanto analítico demais, mas não posso deixar de falar de "Scumbang Blues", que tem um toque altamente setentista a lá Cream com lindas frases de baixo zeppelianas.Marcada com a bateria compassada de Grohl a música te prende e te hipnotiza como no trecho da letra:” Feel my dark hypnosis closing in, You won't make it out (Sinta minha hipnose negra se aproximando, Você não conseguirá sair)."Reptiles" também remete ao clima "Physical Graffiti" do Led Zeppelin, mas com ares de grunge envoltos em riffs marcantes de guitarra.A música com cara mais Queens Of Stone Age é a lânguida e psicodélica “Warshaw or the First Breath You Take After you Give Up”, que tem um título pra lá de psicodélico: “Vársóvia Ou o Primeiro Suspiro Que Você Dá Após Desistir ”. Entre solos desconexos e vozes que parecem vir do além a música vai entrando em estado de metamorfose e se desconstruindo. Pra encerrar não posso deixar de lembrar da derradeira “Spinning Of Daffodils”, que começa com um pianinho bem doce e depois se transforma num grunge nervoso pra arrebentar qualquer caixa Sony de alta qualidade.Bem é isso, pra uma banda que se juntou em um projeto aclamado como despretensioso, creio que o Them Crooked Vultures veio pra ficar ou não, como num trecho de “Spinning of Daffodils”: “Tão alto, eu só quero desaparecer e nunca mais voltar “. Vida longa ao rock e que apareçam sempre novos Them Crooked Vultures pra salvar a música e caros leitores eu vos peço: “Salvem boa música em seus computadores!”
*Texto escrito em março de 2010.
*Texto escrito em março de 2010.
Comentários
Postar um comentário