Pular para o conteúdo principal

Armas em qualquer esquina

O último acontecimento na Escola em Realengo, no Rio de Janeiro, reacendeu uma questão que as autoridades deixaram de lado: o controle do trânsito de armas no Brasil.
O que levou Wellington Menezes de Oliveira a praticar a sangrenta chacina nas escolas?

A pergunta ainda paira no ar e a dúvida provoca discussões de psicanalistas, sociólogos, educadores e jornalistas. As informações estão sendo jorradas pela imprensa e declaram que o jovem possivelmente tenha sofrido bullying, ou era abatido por alguma patologia social grave. A sociedade está sedenta por explicações, e é possível que nunca encontre o real motivo que possa justificar tal ação.

Problemas de sanidade como o dele, são visíveis pelo mundo. Basta lembrar do caso trágico da escola em Colombine que ocorreu no ano de 1999, em que dois adolescentes assassinaram 14 crianças e um professor. Nesse caso foi apontado que os meninos sofriam preconceito pela sexualidade. Segundo informações contidas no artigo de Daniel Mack e Melissa Risso (Jornal o Estado de S. Paulo), casos como esse têem vitimado cerca de 300 pessoas desde 1996, e ocorre em diversos países como China, EUA, Iêmen, Argentina, Finlândia e agora no Brasil.

Há um misto de possibilidades que o próprio assassino nutriu e abriu precedentes para discussões que envolvem religião, preconceito, fracasso pessoal e demência. Acredito que nem o próprio assassino poderia explicar os fatos se estivesse vivo.

Porém o principal vilão da história foi o instrumento usado para a prática dos assassinatos: a arma. Como foi que Wellington teve acesso ao revolver calibre 38 que vitimou aos alunos? De acordo com matéria publicada em 21 de dezembro no jornal Estado de S.ão Paulo, existem hoje no Brasil cerca de 16 milhões de armas, tendo 7,6 milhões na ilegalidade, correspondendo a 47, 6%.

O Estatuto do Desarmamento definiu regras mais rígidas para o porte e posse de armas, mas mesmo assim a população pode ter acesso a armas, até por bases legais.

Cabe às autoridades controlar o trânsito livre de armas e fiscalizar de forma efetiva como elas entram no país, vigiando com mais rigor suas fronteiras.

A polícia precisa intensificar suas ações fiscalizando clubes de tiros, empresas de segurança e caçadores. Outro ponto que precisa ser discutido é envolvimento de policiais com o tráfico de armas. Em fevereiro de 2011, policiais civis e militares foram presos na Operação Guilhotina por desvio de armas, corrupção e proteção a bicheiros.

A polícia Federal necessita reforçar ainda mais suas ações em trabalho conjunto com as corregedorias para melhor fiscalização nos profissionais da segurança pública. O baixo salário desses profissionais também é uma das causas para desvirtuação de condutas dos policiais.

Porém o grande problema em se barrar a comercialização, mesmo com exceções, é o lobby realizado pelas empresas armamentistas junto ao Congresso.

A problemática é salutar, e precisa ser discutida pela imprensa, de forma séria e com o intuito de orientar a opinião pública ao alcance de uma solução plausível.

Com armas soltas e vendidas em qualquer esquina, jovens inconsequentes continuarão tendo acesso fácil a armas de fogo, como se essas fossem simples artifícios de brinquedo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Maestro da batuta de ouro

Músico contribuiu para o desenvolvimento do ensino de música em Araras e para formação da Corporação Musical Maestro Francisco Paulo Russo, atuante até os dias de hoje Baluarte e propagador da arte em Araras, o Maestro Franscisco Paulo Russo nasceu em Nápoles, na Itália em 21 de agosto de 1882. Aprendeu música em Nápoles e em Pizo, na Calábria, com o nobre maestro Jacob Percy. Em 1895, aos treze anos, veio pra o Brasil e ainda muito jovem se estabeleceu em Araras. Além de trazer seu conhecimento musical também contribuiu com sua força de trabalho, e começou a trabalhar como barbeiro, abrindo o Salão “Brasil”, localizado na Praça Oito de Abril. Desbravador da música e de personalidade artística multifacetada ministrava aulas de piano, teatro, e dramaturgia. Teve trabalho intenso com teatro em Araras criando o grupo de teatro amador “Grupo Dramático Operário” e a “Sociedade Recreativa de Danças”. Em dois de setembro de 1926, criou o curso de piano em Araras, e foi responsável t...

Elliott Smith: O gênio desconhecido do rock

Existem certos artistas que nasceram predestinados a freqüentarem uma pequena esfera musical, cercada de amantes de música muito boa, porém de pouco conhecimento do público em geral. Esse é o caso de Elliott Smith que com suas canções folk melancólicas e autodestrutivas conseguiu atrair um séquito de fãs fiéis, características do bom e velho indie rock. Suas músicas beiram a riqueza melódica a lá Beatles e chegam a desvairados e lisérgicos riffs de guitarra acompanhados de sua voz doce e incisiva. Steven Paul Smith nasceu em 06 de agosto de 1969, mesmo ano do aclamado Abbey Road dos Beatles, disco preferido do compositor. Elliot era apaixonado também pelo cantor Hank Williams e fã de rock mais pesados como AC/DC e Kiss. O cantor Elvis Costello também era uma influência forte em sua música. Elliott começou tocando baixo e montou sua primeira banda chamada Heatmiser. Chegaram a lançar três discos sendo o ultimo, Mic City Sons ,lançado pela major Virgin. Brigas e discussões dissolveram a ...

Poetas virtuais ººº

Pelo facebook, grupo de poetas de Araras criaram o movimento Pontoação, uma nova maneira de manifestação da arte Irineu Curtolo, proprietário do sebo na Rodoviária de Araras,  criou o conceito Pontoação em 1999 P ara que um poeta pudesse divulgar seu trabalho no século XX precisava de apoio financeiro, e era necessário publicar suas obras em livros para que todos tivessem acesso. O contato com a palavra e também o contato de artistas com outros artistas se davam por meio de encontros em confeitarias, bares e café. Assim aconteceu no modernismo, movimento artístico organizado em 1922, pelos escritores Mário de Andrade, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Tarsila do Amaral entre outros que se encontravam e se conheceram na Confeitaria Vienense. Na balbúrdia de hoje, século XXI, se depara com a evolução da comunicação por meio da internet que criou um mundo paralelo. A cultura digital propiciada pela internet influencia a sociedade aumentando a capacidade de se ...