O responsável pela iluminação
Douglas Chinaglia
ajustando as luzes do espetáculo
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Para a maioria do público o
teatro funciona somente quando abre suas portas. Quando o espetáculo acontece e
tudo ocorre de forma magnífica, sempre glorificamos os atores, diretores e
músicos. Fecham-se as cortinas, a peça acaba e o público vai embora satisfeito.
Neste momento eles entram em ação
mostrando seu talento na arte de guardar e proteger, limpar e preservar as
dependências, administrar e agendar as peças, iluminar e sonorizar os
espetáculos e cuidar da energia de todo o teatro. São tarefas realizadas não só
no calor da apresentação da peças, mas sim cotidianamente, semana a semana, mês
a mês e dia a dia.
Na rua eles passam despercebidos
e anônimos, porém seus estrelatos estão atrás das cortinas, com cada um cooperando
para que teatro funcione adequadamente e possa proporcionar a alegria, a emoção
e o riso.
O guardião dos portões
Há quatro anos no teatro, o
porteiro Luís Antônio da Silva exerce a tarefa mais árdua: guardar e proteger o
teatro. Trabalhando por quase 12 horas por dia, Luís é quem escolhe quem entra
e quem sai do teatro. Guardião das inúmeras chaves que o estadual possui, o
porteiro também executa outras funções como o atendimento ao público,
atendimento ao telefone e é responsável por informar as pessoas que vão até a
portaria durante o dia. O porteiro trabalha toda semana e disse que em dias em
que há peças e espetáculos também executa outras funções: “Quando há
espetáculos coopero na portaria coletando os ingressos do público”, comenta
Luís Antônio.
Passando a limpo
A auxiliar de limpeza Irene
Almeida dos Santos é uma das mais antigas funcionárias do teatro. Irene está a
14 anos exercendo a função de faxineira, papel que faz diariamente. A
faxineira, que tem ajuda de mais três funcionárias e uma assistente do Projeto
Cidade Verde, executa várias funções relativas a limpeza. “Aqui sou mil e uma
utilidades, faço desde a limpeza, até preparar o café”, comenta a faxineira.
A auxiliar de limpeza comenta que
os trabalhos de limpeza do teatro são diários e intensos. “Faço todo trabalho
de limpeza diário, principalmente do carpete. As paredes também são limpas com
álcool. Nas segundas-feiras o trabalho é dobrado, devido aos eventos que
ocorrem nos finais de semana”, completa Irene.
Johnny W. Lussari, que trabalha
como técnico
de som profissional há 16 anos
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Palco, som e luz: o espetáculo vai começar
Se qualquer desses elementos
falharem, o espetáculo simplesmente não acontece. Os responsáveis por essa
missão essencial são Douglas Chinaglia, técnico de luz e maquinário, e Johnny
W. Lussari, técnico de som. Douglas trabalha como técnico de luz há 10 anos e
está no teatro há dois. O técnico é encarregado pela manutenção dos equipamentos
de luz e maquinários do teatro, além de auxiliar na montagem do palco e dar
suporte aos realizadores das peças. Devido a anos de prática na área, Douglas
adquiriu vasto conhecimento e até já preparou o roteiro de iluminação de alguns
espetáculos. “Ajudei a conceber o roteiro de luz do ballet da Belle Amie
coordenado por Vinicius Gambini”, relatou o técnico.
Já o técnico de som Johnny W.
Lussari exerce a profissão há 16 anos e fez curso de áudio em São João da Boa Vista. O
técnico de som é responsável em auxiliar a passagem de áudio do espetáculo,
assim como monitorar volumes e executar suporte na montagem do som no palco.
Quando as peças ou os eventos não dispõem de técnicos, Johnny acaba executando
a função por inteiro. “Geralmente quando acontecem eventos de colação de grau
em formaturas, assumo a parte técnica de som equilibrando volumes e colaborando
na monitoração das luzes”, completa o técnico.
Mantenedor da energia
A função de manter, monitorar e
controlar os equipamentos de luz e ar-condicionado do teatro não é tarefa
simples. Sereno e bem seguro do que faz, o eletricista João de Castro, trabalha
no teatro há 15 anos e é encarregado em monitorar o funcionamento do sistema de
luz e ar-condicionado do teatro. João executa as tarefas mais simples, como
trocar uma luz, até as mais complexas, como cuidar do elevador e do quadro
geral de força.
O eletricista trabalha das 7 às
17 horas e quando há eventos e espetáculos, muda seu horário, que fica das 13 às
22 horas. O eletricista comenta que quando pode, assisti às peças, e já
presenciou momentos marcantes do teatro. “Quando sobra tempo assisto trechos de
algumas peças, e já presenciei espetáculos como “Trair e Coçar e Só Começar” e
“Gaiola das Loucas”, completa João.
Arquitetas da produção administrativa
Theresinha
Daltro Pastorello, que recebeu
menção honrosa no Mapa Cultural Paulista.
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A coordenação das ações
administrativas e da produção artística do teatro é tarefa semelhante a
conceber a construção de uma casa. Três pessoas chaves são encarregadas dessa
arquitetura de ações, e no cotidiano do dia a dia são responsáveis por manter a
vida artística do teatro.
Maria Heloísa Pinton, formada em
Letras, está no teatro há quatro anos e faz papéis diversos que constam em
auxiliar na administração, coordenar a bilheteria, trabalhar junto a divulgação
de eventos e peças e ainda redigir relatórios. Já Maria Cristina Betelli Pinton,
que é chefe da área administrativa geral, coordena todas as ações burocráticas
que envolvem controle de verbas repassadas, revisão de contratos, prestação de
contas e suporte na assessoria da programação do teatro. Cristina, como é
chamada, é professora de piano e cursou o Conservatório Carlos Gomes, em Campinas. A
professora, que está no teatro desde maio de 2003, atende também as produções
dos espetáculos agendando hotéis e restaurantes para os artistas que passam
pela cidade.
Incumbida de dirigir todos esses
“atores” que trabalham atrás das cortinas diariamente está a diretora e
professora Theresinha Daltro Pastorello. Theresinha está na direção geral do
teatro há 15 anos e foi responsável pela total reestruturação e reforma
realizada em 1995. As principais decisões administrativas são tomadas por ela,
que também diz exercer outras funções, como até a coleta de ingressos na
portaria. A diretora do teatro comenta que todo o esforço em reerguer e manter
o teatro por todos esses anos foi fruto da ajuda da sociedade ararense. ”Não
conseguiria fazer nada sozinha se não fosse a ajuda dos funcionários do teatro
e também dos representantes da sociedade ararense que sempre apoiaram a arte.
Agradeço as empresas que colaboraram com o teatro nesses 20 anos. Graças a
vontade e determinação desse grupo de pessoas é que conseguimos manter o teatro
em pé”, afirma.
Theresinha ganhou menção honrosa
no Mapa Cultural Paulista em 2005, pela sua atuação junto à administração do
teatro.
*Matéria publicada no Caderno Especial sobre os 20 anos do Teatro Estadual Maestro Francisco Paulo Russo, no Opinião Jornal de Araras, em março de 2011
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