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Festival de Woodstock que ocorreu em 1969 e foi marco da geração hippie |
O movimento hippie no Brasil repercutiu bastante, porém não da mesma maneira contestadora devido ao período de repressão do governo militar e a ditadura. O movimento que mais se aproximou desse ideal hippie foi o Tropicalismo, que tinha todo um contexto de luta contra a ditadura e a liberação dos costumes tanto na música quanto no sexo e nos movimentos estudantis. Os grandes expoentes do movimento foram Caetano Veloso, Gilberto Gil e os Mutantes que com uma mistura de música popular brasileira e rock mudaram os rumos da música feita no Brasil antes restrita somente a bossa nova. Infelizmente vários dos artistas eram perseguidos pela ditadura e foram exilados. Boa parte dos “cabeludos” e adeptos da cultura hippie também tiveram que fugir para as praias desertas baianas e para o interior de Goiás onde permaneceram até os dias de hoje. Muito da cultura hippie ainda existe, como, por exemplo, as feirinhas de artesanato que perpetuaram os costumes hippies tanto no visual quanto na atitude e filosofia de vida.
A arte hippie
O hippie Washington Dias de Paula expondo seu trabalho |
Um exemplo vivo da filosofia hippie e que o Inteirados teve, por acaso, o prazer de entrevistar é Washington Benedito Dias de Paula. Washington ou WBDP, como assina seus trabalhos, é um personagem e tanto e ainda encarna com convicção o estilo hippie. O artesão que é da Bahia (por ser totalmente “on the Road” e nômade não conseguimos descobrir onde ele nasceu e nem morou) trabalha com pintura desde criança e há uns seis anos produz um tipo de pintura feita em azulejos ou pisos de cerâmica. Usando tinta à óleo, Washington pintou uma paisagem no piso cerâmico em menos de 7 minutos. Ele disse que chegou a expor seu trabalho no metrô de Paris. O artesão conversou bastante conosco e comentou como é difícil ser compreendido e respeitado pelas pessoas. A própria polícia o abordou e Washington nos relatou um fato bem engraçado.“A policia outro dia me abordou e pediu que eu colocasse a mão na cabeça, eu com medo, é claro, logo levei as mãos à cabeça e o policial me disse pra pegar os documentos. Como eu ia fazer pra pegar os documentos se estava com a mão na cabeça?” , comentou o artesão com um sorrisão na cara. Washington também fez questão de frisar a dificuldade que tem de expor seu trabalho, principalmente nas praças públicas de certas cidades que cobram impostos e pedem autorização ao artesão. Num papo bem descontraído com ele, entramos num consenso que arte tem que ser livre e sem amarras. A verdadeira arte surge da pureza dos sentidos dos artistas.
Pra conferir melhor essa conversa, acesse a entrevista no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=nwwKjUYlOZ8
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