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Jornais do Futuro


Recentemente acompanhamos mudanças no design dos principais jornais do Brasil, como o Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. Com a evolução na forma de interação e comunicação da noticia esses jornais precisaram se adaptar e rejuvenescer frente a intensa proliferação da internet. O primeiro jornal a fazer isso no Brasil foi o Jornal do Brasil (hoje chamado de JBOnline) e seguido depois pelo Jornal O Estado de São Paulo, tudo isso no ano de 1995. No exterior o primeiro jornal on line de que se tem noticia foi San Jose Mercury News (EUA), que surgiu em 1993 e foi pioneiro em disponibilizar conteúdo de seu jornal desde 1985 e também expandiu notícias locais permitindo interatividade dos leitores com a equipe do jornal desenvolvendo um mural eletrônico pra troca de informações e opiniões. Passo a passo o jornalismo digital evolui. O primeiro estágio foi chamado de Transpositivo, que se caracteriza na simples transposição do texto do jornal impresso para o digital. O segundo estágio é chamado de Metáfora que consiste ainda na transposição do impresso, só que com um diferencial maior utilizando-se mais o hipertexto, ou seja, começa-se a usar o texto simples agregado a conjuntos de blocos de palavras, imagens e sons acessados através de hiperlinks ou mais conhecidos como links. O terceiro estágio é o Webjornalismo que é diretamente produzido para a internet, se adaptando por completo a linguagem da rede. As características mais evidentes desse tipo de jornalismo são a maior interatividade do leitor, pois esse pode interagir com outras pessoas ou até com o próprio jornal. Há uma customização ou personalização do conteúdo com o leitor escolhendo o que quer ler na hora que quiser.A hipertextualidade aumenta a variedade de possibilidades de se ver a noticias com o texto acompanhado de vídeos, sons e imagens linkadas a outros sites. As muitas vantagens do jornalismo digital como a preservação ambiental (o não uso do papel) , o maior armazenamento das informações e a quantidade de informação que pode ser disponibilizada, já assustam vários jornais impressos e os impulsionam a buscar alternativas de convergir seu conteúdo para o digital. Na verdade os jornais impressos não irão acabar. O que pode acontecer é justamente uma migração ou uma inter relação entre as mídias. É claro que se você quiser saber mais a finco sobre uma notícia você terá que recorrer ao impresso, com detalhamento melhor da noticia trazendo análises e críticas mais elaboradas. O que torna o jornalismo digital mais democrático é a possibilidade cada vez mais rápida de se ter vários pontos de vistas provindos de infinitas fontes, que você pode acessar a qualquer instante. Ou seja, caminha-se a cada segundo ou minuto para uma democratização da notícia e uma maior abrangência de opiniões sobre um determinado assunto. Os profissionais da área jornalística têm que abrir o olho e se adaptar a esse novo jeito de informar. Os próprios investidores em mídia tradicional estão migrando suas propagandas para a internet, podendo assim atingir os leitores de forma mais direta e especifica, e também, baratear o custo, tendo-se que a propaganda digital é mais barata. O que a Folha de São Paulo fez no último fim de semana foi fazer talvez uma convergência do digital para o impresso, houve certa inversão de paradigma, com o impresso tomando modelos e formatações com influência do digital, como por exemplo, a ênfase nos títulos (a fonte ficou mais espessa e com maior peso) e o texto mais ágil e legível. O aumento no número de imagens também pode ser um reflexo da era digital e houve também uma crescente mudança no número de colunistas opinativos e maior interatividade com o leitor. Com essa revolução tecnológica batendo a nossas portas temos que ter em mente a valorização pela credibilidade da informação que jornalistas estarão apurando e também a busca dos leitores pela noticia dada com responsabilidade, compromisso e ética, já que na internet nem tudo é de total confiabilidade.

http://infoliodigital.blogspot.com/2010/05/jornais-eletronicos-e-os-profissionais.html
http://www.intercom.org.br/papers/outros/hmidia2007/resumos/R0049-1.pdf
http://www.janelanaweb.com/livros/bobryan.html

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